De oratore

(ed. M. Tulli Ciceronis Rhetorica. M. Tullius Cicero. A. S. Wilkins. 1902)

De Orat. 3.202:    nam et commoratio una in re permultum movet et inlustris explanatio rerumque, quasi gerantur, sub aspectum paene subiectio; quae et in exponenda re plurimum valent et ad inlustrandum id, quod exponitur, et ad amplificandum; ut eis, qui audient, illud, quod augebimus, quantum efficere oratio poterit, tantum esse videatur.

De Orat. 3.202: e tanto o demorar-se em um mesmo ponto, como a explicação ilustrativa e dispor os fatos quase diante da vista, como se estivessem ocorrendo, resulta muito mais eficaz; pois todos esses procedimentos são muito valiosos na exposição da causae na amplificação, e para que àquilo que destacamos pareça a quem ouve como se o estivesse vendo.

De Orat. 2.357: (...) Vidit enim hoc prudenter sive Simonides sive alius quis invenit, ea maxime animis effingi nostris, quae essent a sensu tradita atque impressa; acerrimum autem ex omnibus nostris sensibus esse sensum videndi; qua re facillime animo teneri posse ea, quae perciperentur auribus aut cogitatione, si etiam commendatione oculorum animis traderentur; ut res caecas et ab aspectus iudicio remotas conformatio quaedam et imago et figura ita notaret, ut ea, quae cogitando complecti vix possemus, intuendo quasi teneremus.

De Orat. 2.357: (...) E seja Simônides ou qualquer outro que o descobriu, intuiu que nosso espírito modelava em imagens particularmente o que os sentidos haviam transmitido e impresso, e que, de todos os nossos sentidos, o mais potente era o da visão; que por isso podíamos reter com toda facilidade o que percebemos pelo ouvido ou pelo pensamento se se acresce o espírito com a meditação dos olhos. Assim, uma espécie de esboço, ou imagem, ou figura poderia dar forma a coisas não visíveis ou remotamente cogitáveis por outro aspecto, conseguindo reter o que a reflexão apenas conseguiria intuir.