De finibus

(ed. M. Tulli Ciceronis scripta quae manserunt omnia, de Finibus Bonorum et Malorum. M. Tullius Cicero. Th. Schiche. Leipzig. Teubner. 1915)

 

Fin. 2.115:sed lustremus animo non has maximas artis, quibus qui carebant inertes a maioribus nominabantur, sed quaero num existimes, non dico Homerum, Archilochum, Pindarum, sed Phidian, Polyclitum, Zeuxim ad voluptatem artes suas direxisse. ergo opifex plus sibi proponet ad formarum quam civis excellens ad factorum pulchritudinem? quae autem est alia causa erroris tanti tam longe lateque diffusi, nisi quod is, qui voluptatem summum bonum esse decernit, non cum ea parte animi, in qua inest ratio atque consilium, sed cum cupiditate, id est cum animi levissima parte, deliberat? Quaero enim de te, si sunt di, ut vos etiam putatis, qui possint esse beati, cum voluptates corpore percipere non possint, aut, si sine eo genere voluptatis beati sint, cur similem animi usum in sapiente esse nolitis.

Fin. 2.115: mas, revisemos não essas artes máximas, cuja falta em alguém fazia nossos ancestrais chama-lo inerte, mas eu pergunto se você considere se, não digo Homero, Arquíloco ou Píndaro, mas Fídias, Polícleto, Zêuxis tinham o prazer como finalidade de sua arte. Então, um artífice, pelas formas, teria um ideal superior de beleza ao de um excelente cidadão por suas feitos? Qual seria a causa de um erro tão grande e tão difundido senão que aquele que declara que o prazer é o sumo bem isso delibera não com a parte da alma na qual reside a razão e a decisão, mas com a cupidez, isto é, a parte mais leviana da alma? Eu também te pergunto, se os deuses existem, como vocês também o afirmam, como poderiam ser felizes se não podem sentir os prazeres corporais, ou, se eles são felizes sem este tipo de prazer, por que negam que o sábio é capaz do mesmo uso da alma?

Fin. 4.34: (...) ut Phidias potest a primo instituere signum idque perficere, potest ab alio inchoatum accipere et absolvere, huic est sapientia similis; non enim ipsa genuit hominem, sed accepit a natura inchoatum. hanc ergo intuens debet institutum illud quasi signum absolvere.

 

Fin. 4.34: (...) Fídias pode começar uma estátua e a finalizar; ele pode também recebê-la já começada por outro e a finalizar, assim a sabedoria é a ele comparável; pois ela não fez o homem, mas o recebeu inacabado da natureza; é, então, com os olhos fixos na natureza que ela deve finalizá-lo, como se fosse uma estátua.